domingo, 23 de junho de 2013

União é condenada a pagar despesas médico-hospitalares de pensionista militar

A 2.ª Turma do TRF da 1.ª Região negou provimento à apelação interposta pela União Federal contra sentença que julgou procedente o pedido de cidadã que objetivava o custeio e financiamento de todas as despesas médico-hospitalares até seu restabelecimento.

No caso em questão, a autora, agora falecida, era pensionista militar e beneficiária do Fundo de Saúde da Marinha (Fusma), quando foi acometida por enfermidade neurológica grave, sendo transferida do Hospital Naval de Belém para o Instituto do Coração (Incor), onde foi submetida a uma neurocirurgia. A transferência aconteceu porque o Hospital Naval não dispunha de equipamento especializado para efetuar o tratamento cirúrgico necessário no caso da impetrante.

O Hospital Naval autorizou a transferência da paciente, admitindo a ausência dos recursos necessários para o tratamento e garantiu o pagamento de todas as despesas decorrentes dos procedimentos médicos. Após a cirurgia, o quadro clínico da autora se agravou, levando-a ao óbito. A autora passou a ser representada por sua filha.

O juízo de primeiro grau, ao analisar o caso, entendeu ser procedente o pedido: “(...) acolho o pedido, para, com fundamento no art. 462, do CPC, condenar a União a reembolsar a parte autora nas despesas efetuadas no tratamento da falecida (...)”, determinou o juiz.

Inconformada, a União apela a esta Corte alegando que apesar de o Hospital Naval de Belém não ter condições de promover a cirurgia da impetrante, tinha sim condições de oferecer o tratamento pós-operatório, em Unidade de Tratamento Intensivo. Acrescenta ainda que “possuindo o Hospital Naval de Belém equipamentos similares aos do Incor, manifesta-se injustificável a permanência da paciente naquela unidade até seu óbito.”

O relator do caso, juiz federal Cleberson José Rocha, após analisar o caso, manteve a sentença proferida pelo primeiro grau. O magistrado citou o artigo 196 da Constituição Federal que dispõe sobre o direito à saúde e o Decreto 92.512/1986 que garante o direito à assistência médico-hospitalar aos militares e seus dependentes.

Segundo o relator, “fazia jus a falecida ao direito de ter a melhor assistência médico-hospitalar disponível, no caso, a UTI do INCOR, considerando a fragilidade de sua saúde que desaconselhava qualquer transferência”, determinou.

O magistrado seguiu entendimento dos Tribunais Regionais Federais. (AC 9604377531, Antonio Albino Ramos de Oliveira, TRF4 – Quarta Turma, DJ 22/11/2000 pág. 404).

A decisão foi unânime.

Processo n.º: 0005414-85.1999.4.01.3900
Data da decisão: 08/05/2013
Data de publicação: 05/06/2013

Link: TRF 1

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Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brazil
Especialista em Direito Previdenciário, pela Universidade de Caxias do Sul - UCS, em parceria com a ESMAFE - Escola da Magistratura Federal, em 2009. Formado em janeiro de 2006, pela FURG - Fundação Universidade do Rio Grande, em direito. Este blog tem o objetivo de divulgar o conteúdo previdenciário de maneira gratuita para que todos possam ter acesso as informações sobre esta matéria.

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